Comunicados de imprensa

Uma segunda vida para os resíduos marinhos: os bancos de Mares Circulares

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10/04/2023

Foram fabricados 15 bancos a partir de plástico 100% reciclado, sendo que um irá estar no Porto da Horta, nos Açores. Entre 30% e 50% deste plástico provém de resíduos marinhos recolhidos por pescadores que colaboram com o Mares Circulares. 

Nas suas cinco edições, o programa Mares Circulares conseguiu dar soluções ao problema do lixo marinho graças a uma visão de 360º e a uma rede de alianças com entidades públicas e privadas, voluntários, pescadores e ONGs. Para celebrar os cinco anos do programa, foram criados quinze bancos feitos de plástico do fundo marinho, recolhidos por mais de uma centena de embarcações envolvidas no projeto.

Um exemplo de economia circular

Para produzir este produto artesanal, apoiado por um processo de investigação e inovação, foram processados 5.200 quilos de resíduos recuperados do mar, graças aos esforços dos pescadores que colaboraram com o projeto, responsáveis pela separação dos resíduos nos barcos, para que possam ser geridos corretamente assim que chegam ao porto.

No processo de elaboração, contámos com a ajuda de três entidades: AIMPLAS, o centro tecnológico de plásticos, a ONG Plàstic Preciós e a Asociación Vertidos Cero, uma plataforma de investigação, formação, divulgação e ação sobre a prevenção, minimização e eliminação de resíduos. Em Portugal, contámos ainda com o OMA -Observatório do Mar dos Açores - que foi a ONG que coordenou as atividades de Mares Circulares no Porto da Horta, na Ilha do Faial.

Na primeira fase do processo, a AIMPLAS recebe o plástico dos portos, condiciona-o e tritura-o, sendo depois enviado à ONG Plàstic Preciós, que o transforma num banco contendo entre 30% a 50% de plástico marinho, aproximadamente 13,5 quilos. O desenho final foi feito por Miguel Valderrama, cujo design foi inspirado nas ondas do mar.

Agradecimento aos pescadores e portos envolvidos

Com esta iniciativa, queremos também destacar e agradecer o trabalho dos mais de cem barcos e portos envolvidos, bem como dos mais de quinhentos pescadores de dezoito organizações que estiveram envolvidos. É também uma forma de salientar as oportunidades que a economia circular oferece para os resíduos marítimos de plástico não PET.

Entre 2018 e 2021, foram recolhidos um total de 95.176 kg de lixo marinho e 11.012 kg de PET. Em termos do tipo de resíduos recolhidos, em 2021 73% correspondiam a plásticos, 15% a metais, 8% a outros materiais e 3% a vidro. Os sacos de plástico foram o material mais recolhido em 2021: quase 2.000 unidades. Também foram recolhidas 1.740 cordas e cordas e 1.640 unidades de vários objectos de pesca.

Os quinze bancos estarão expostos em diferentes locais ao longo de Espanha e Portugal: Porto da Horta (Açores), Muros (La Coruña), Santa Uxía de Ribeira (La Coruña), Bueu (Pontevedra), Punta del Moral - Ayamonte (Huelva), Isla Cristina (Huelva), Punta Umbría (Huelva), Marbella (Málaga), Caleta de Vélez (Málaga), Puerto de Almería (Almería), Garrucha (Almería), Andratx (Mallorca), Llanes (Astúrias), Gijón (Astúrias) e Puerto de la Restinga (ilha de El Hierro, Santa Cruz de Tenerife).

Desta forma, e de acordo com a natureza circular do projeto, os bancos serão instalados nos locais de onde partiram. Esta é a nossa forma de agradecermos aos pescadores de 104 barcos, que recolheram e transportaram o material residual que ficou preso às suas redes de pesca ou que encontraram a flutuar na água. Em breve terão uma segunda vida nos nossos portos, provando que o lixo marinho pode gerar um novo produto útil a todos.

Mais informações:

Mares Circulares é uma iniciativa ibérica promovida pela Coca-Cola Europacific Partners e desenvolvida por Organizações Não-Governamentais de Ambiente e mais de 300 parceiros de Espanha e Portugal.

Com início em 2018, o programa surgiu no âmbito da estratégia de sustentabilidade da Coca-cola (‘Avançamos’) inserido numa das suas linhas de atuação (‘embalagens’). Tem como objetivos a promoção da limpeza de ambientes aquáticos e fundos marinhos, o incentivo à reciclagem e à consciência ambiental através de ações de formação e sensibilização junto das escolas e voluntários, assim como a dinamização da economia circular, com base em soluções inovadoras centradas no problema do lixo marinho.

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