Comunicados de imprensa

Mares Circulares premeia estudos científicos e start-ups que contribuem para a economia circular

MARES CIRCULARES 22 v4

05/01/2023

  • Mares Circulares, programa de limpeza de costas e fundos marinhos, sensibilização e promoção da economia circular, promovido pela Coca-Cola, distinguiu dois estudos de investigadores portugueses, focados em reduzir a chegada de resíduos ao mar e duas start-ups galegas que propõem soluções para reciclar lixo marinho em Espanha.

  • Estudos de investigadores das Universidades do Algarve e do Minho contribuem para usar a robótica na monitorização de micro-resíduos nas ETAR's e na valorização dos resíduos da indústria pesqueira açoriana.

  • Cada iniciativa premiada recebe uma dotação de 8.500 euros para continuar a investigação, no caso de estudos científicos, e contribuir para o desenvolvimento dos projetos, no caso de start-ups.

Dois projetos portugueses acabam de ganhar a quinta edição do Concurso Mares Circulares, na modalidade de estudos científicos: “Robótica para a monitorização e redução de micro-resíduos: aliar academia, empresas e escolas” e “Produtos de valorização de resíduos da indústria pesqueira dos Açores”. Na categoria start-ups, foram distinguidos os projetos "Ecobaluição: do mar aos campos" e "Economia Azul 4.0", das start-ups galegas Ecoballution e Newmind Innovation.

Estas iniciativas vão receber um prémio de 8.500 euros, para que possam continuar a trabalhar no desenvolvimento das suas propostas e contribuir para a redução, valorização ou substituição de materiais plásticos e outros tipos de resíduos.

Mares Circulares, uma iniciativa da Coca-Cola organizada em parceria com a Asociación Chelonia e a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), promove ideias e pesquisas inovadoras para prevenir ou reduzir o impacto dos resíduos nos mares e ambientes aquáticos de Espanha e Portugal, aplicando o princípio da economia circular.

Os vencedores

“Robótica para a monitorização e redução de micro-resíduos: aliar academia, empresas e escolas”, liderado pela investigadora Patrícia Pinto, do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, é um projeto que pretende monitorizar os diferentes tipos de micro-resíduos presentes nas águas residuais urbanas e que podem ser lançados no meio marinho através de estações de tratamento. Esta equipa propõe soluções para evitar que isso aconteça.

O segundo dos estudos premiados, “Produtos de valorização de resíduos da indústria pesqueira dos Açores”, tem como responsável Nádia Castanho, investigadora do Centro de Valorização de Resíduos, uma associação de várias entidades, entre as quais a Universidade do Minho. O estudo tem como objetivo a valorização dos resíduos (subprodutos) da transformação do pescado através da investigação, desenvolvimento e otimização dos processos produtivos na indústria pesqueira dos Açores, utilizando tecnologias inovadoras sustentáveis ​​e eficientes.

Na categoria start-ups, o projeto "Ecobaluição: do mar aos campos", liderado por Carlos Martínez Pardo, quer unir os valores intrínsecos do desporto com a geração de impacto positivo para o planeta através a economia circular. Para isso, em colaboração com as profissionais que se dedicam à preparação, reparação e manutenção de artes e apetrechos de pesca, converte, de forma artesanal, as redes de pesca recolhidas no mar em redes para cestos e balizas de basquetebol.

Desta forma, atinge-se um duplo objetivo: por um lado, a reciclagem e recolha e reutilização dos resíduos marinhos e, por outro, a promoção da economia local. Em menos de 10 meses, esta start-up conseguiu colocar no mercado mais de 800 redes de basquete recicladas à mão e recuperar mais de 1.800 quilos de redes danificadas. No total, desde a sua fundação em dezembro de 2020, a Ecoballution conseguiu reciclar mais de 6.000 quilos de resíduos marinhos.

"Economia Azul 4.0", projeto desenvolvido pela 'start-up' Newmind Innovation, liderada pelo engenheiro industrial Diego Vázquez González, tem como foco converter o carbonato de cálcio, subproduto do cozimento do mexilhão, em matéria-prima que pode ser reintroduzida na cadeia de valor, por exemplo, para o fabrico de um material que pode substituir produtos mais caros e menos sustentáveis, como o aço inoxidável ou o mármore.

A Galiza produz cerca de 250 mil toneladas de bivalves por ano e a concha, um material composto por carbonato de cálcio, representa 25% do peso total da peça. O objetivo do projeto é acabar com o despejo descontrolado de cascas e aproveitar um subproduto que hoje não tem valor, criando uma nova indústria e empregos tão necessários à região.

Júri do Mares Circulares inclui reputados especialistas

O Júri de Mares Circulares, que avaliou as 15 candidaturas de start-ups e as 12 candidaturas de investigação científica recebidas nesta quinta edição do Concurso, era composto por cinco representantes de universidades e entidades públicas ou privadas portuguesas e espanholas . Todos eles têm experiência reconhecida no tema do concurso e analisaram a qualidade das propostas seguindo critérios técnicos, sociais, ambientais e de integração na economia circular.

O júri foi formado por Ana Elena Ahuir Baraja, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade CEU Cardenal Herrera; Elena Bulmer Santana, professora da EAE Business School em Madrid; Ana García Moreno, professora da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade Complutense de Madrid; Mário Verde Pereira, professor auxiliar do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro; e Ana Sofia Ribeiro, Coordenadora do Departamento de Sensibilização, Educação e Formação Ambiental da Liga para a Proteção da Natureza.

Um balanço positivo

Márcio Cruz, Head of Public Affairs, Communication & Sustainability da Coca Cola Europacific Partners Portugal, destacou que “este concurso visa promover a investigação e desenvolvimento de soluções que reduzam o desperdício em ambientes naturais, com especial atenção para os oceanos, e desenvolver soluções empresariais de economia circular. Nas cinco edições de Mares Circulares são já catorze estudos científicos e seis start-ups premiados, exemplo do esforço que existe tanto na comunidade científica como no público para encontrar uma solução para este problema”.

Manuel Merchán, presidente da Associação Chelonia, reafirma a importância de iniciativas que visam promover uma maior sustentabilidade ambiental, e acrescenta que "a necessidade de fazer uma rápida transição para uma economia circular também se reflete na sociedade através do grande número de entidades e pessoas que pesquisam e propõem soluções e alternativas para o problema dos resíduos. Este aspeto confirma-se com a apresentação das inúmeras propostas ao Concurso Mares Circulares, que revela a preocupação e empenho que existe para fazer avançar a sustentabilidade ambiental por parte dos setores empresarial, académico e educativo, cultural, administrativo e das diferentes entidades sociais.”